Neste livro, sabidamente sobre alquimia, muito embora o autor pouco se refira a este termo assim como a alquimistas, preferindo chamar seus praticantes de Artistas, tem a peculiaridade de ser escrito em uma linguagem muito clara que mostra ao leitor comum os princípios da Grande Arte sem fazer mistérios nem cifrá-los com excessivos simbolismos, apesar de usá-los. O autor nos mostra, neste seu Tratado, toda a simplicidade em que se baseiam conceitos alquímicos e filosóficos de forma que o leitor facilmente os identifica na Natureza que, aliás, é o padrão a ser estudado pelos que quiserem imitá-la e aprimorá-la. Afirmando que a Obra Hermética ou a Grande Arte tem por objetivo descobrir a fonte da longa vida e das riquezas, alicerces sobre os quais repousa a felicidade do homem, o autor entremeia aqui suas noções acerca da Filosofia Hermética e dos Filósofos comuns estabelecendo diferenças simples, porém significativas, entre ambos. Diz ele, por exemplo, que os Filósofos comuns, ou os Físicos, não tinham um sistema definido; viviam inventando novos sistemas em um processo de efemeridade em que o mais recente sempre substituía o anterior — e até hoje é assim —; já, os Filósofos Herméticos, trabalhavam todos em comum acordo, sem se contradizerem, pois seguiam os princípios da natureza. Com um texto envolvente e esclarecedor, Antoine-Joseph Pernety desenvolve o seu Tratado apresentando todos os elementos de que se constitui a Natureza, os seus princípios e verdades, as operações alquímicas, tinturas e quintessências, o fogo filosófico, o elixir e as matrizes naturais, sempre a partir de explicações — e até com expressões — dos mais sábios e ilustres alquimistas. E, no final, inclui um anexo com um prático Dicionário de Símbolos Herméticos e uma Tabela de Símbolos e Caracteres Alquímicos.