O mal radical introduzido no mundo pelo nazismo e, mais genericamente, pelo totalitarismo; a demissão, por parte dos indivíduos, da sua própria responsabilidade moral - demissão do pensamento e demissão da acção, de modo indissociável -, levaram Hannah Arendt a questionar-se sobre as condições de uma responsabilidade autêntica dos homens pelo mundo, de uma autêntica ética da política.
O mundo totalitário foi edificado sobre os escombros do senso comum e completou essa destruição. Anne-Marie Roviello revela as diferentes dimensões do senso comum, tal como foram pensadas por Hannah Arendt: sentido da comunidade do sentido e do mundo, sentido da condição humana da pluralidade - donde, talvez, uma outra forma de pensar os direitos do homem, que concilie o sentido da comunidade com um individualismo autêntico - sentido de um enraizamento comum dos diversos modos de «pensar aquilo que fazemos» numa «origem» dupla: na quase-transcendência da questão ou da exigência do sentido, e na experiência, ela própria origem fenomenológica da questão do sentido; sentido da condição humana como aquilo que, simultaneamente, limita e torna possível um exercício autêntico da liberdade humana, representando o mundo concentracionário a configuração mais radical da hubris humana, compreendida como autodestruição da liberdade humana quando se volta contra a condição do homem.
Senso Comum e Modernidade em Hannah Arendt de Anne-Marie Roviello
Autor: Anne-Marie Roviello
ISBN: 9789728407810Edição ou reimpressão: 04-1997
Editor: Instituto Piaget
Idioma: Português
Dimensões: 231 x 156 x 22 mm
Encadernação: Capa mole Páginas: 204
Tipo de Produto: Livro