«Trata-se de uma obra cheia de sedução. Está escrita numa linguagem clara, lê-se sem dificuldade porque o pensamento fluido do autor conduz o leitor para o objectivo final: encetar uma reflexão sobre a prática médica e o seu significado.»
O trabalho de Jean-Paul Gaillard inscreve-se plenamente na reflexão sobre a nossa prática profissional de clínicos: não se pode ser médico sem compreender as relações que se estabelecem entre quem trata e quem é tratado; sem inscrever os conhecimentos científicos em que se baseia a teoria médica no contexto científico do momento; sem perceber a importância das ciências humanas na compreensão dos problemas humanos que a prática médica coloca.
A formação médica amadureceu durante muito tempo no húmus de uma formação inicial onde as «humanidades» ocupavam um lugar essencial. Há uns anos, a instauração de um numerus clausus no fim do primeiro ano dos estudos de Medicina conduziu a que as provas de classificação privilegiassem as formações científicas rigorosas em detrimento de qualquer formação literária clássica. Muitos estabelecimentos de formação médica estabeleceram e divulgaram os seus objectivos pedagógicos; são poucos os que explicitam objectivos de savoir-être ou savoir-faire que assinalam uma compreensão da dimensão humana da prática médica.
A reflexão de Jean-Paul Gaillard preenche esta lacuna ao desbravar, de forma praticamente agradável, o campo do humanismo médico...»
Bertrand Weil, professor universitário, médico hospitalar. Deão honorário da Faculdade de Medicina de Créteil. Chefe do Serviço de Nefrologia do Hospital Henri Mondor.