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O Nome Daquele que não tem Nome de Kabir

Foi Tagore (com a assistência de Evelyn Underhill) quem efectuou a primeira tradução dos poemas de Kabir para uma língua ocidental (1914). Trata-se já de uma tradução em segunda mão, feita a partir da tradução do hindi para bengali de K. M. Sen. Dizia John Stratton Halley que «as traduções são como rios — as suas nascentes muitas vezes escondidas e os seus destinos potencialmente oceânicos». Essa tradução encontrou eco de imediato em Yeats e em muitos outros poetas.

Não será alheio ao sucesso que esses poemas encontraram no ocidente, o facto de terem sido traduzidos por um poeta com a qualidade de Tagore. As «Songs of Kabir» serviram de base (e continuam a servir) para outras traduções e recriações nas mais diversas línguas (entre elas as de Robert Bly, André Gide e Czeslaw Milosz). Também Ezra Pound sucumbiu ao encanto de Kabir (há dez poemas seus nas «Translations», embora a fonte não tenha sido Tagore). Mais recentemente surgiram traduções académicas, entre as quais convém assinalar as de Charlotte Vaudeville («Au cabaret de l`amour»),de Linda Hess («The Bijak of Kabir») e a de V.K. Sethi («Kabir — the Weaver of God´s Name». As traduções apresentadas neste livro beberam de várias fontes (sendo também a principal a de Tagore).

Pouco se sabe sobre a vida de Kabir, para além do que deixam adivinhar os seus poemas, as hagiografias e as lendas. Terá vivido em Varanasi (Benares), o mais sagrado dos lugares sagrados hindus e simultaneamente um centro de comércio e peregrinação, na primeira metade do século XV. Nascido